O que é ortotanásia?

A ortotanásia é considerada uma boa morte, natural e supostamente sem sofrimento, que permite a pacientes terminais tomarem a decisão de não prolongar artificialmente o processo natural de morte, em que o médico, sem interferir nos momentos finais do paciente, suspende tratamentos extraordinários que apenas aumentariam o tempo de vida do indivíduo sem causar melhorias verdadeiras, e consequentemente aumentar o período de sofrimento do qual nem todas as pessoas estão dispostas a passar por um tempo a mais de vida. 

A ortotanásia é legalizada no território brasileiro e em outros países como Estados Unidos, Itália, Canadá, França, Inglaterra e Japão. A decisão pelo prolongamento ou não da vida de um paciente cabe ao poder de escolha do próprio, ou em casos especiais por um representante legal do mesmo, fazendo-se necessário um requerimento registrado no protocolo médico e hospitalar para então obter o direito de morrer de forma natural, ou seja, sem intervenções médicas de qualquer tipo para casos de doenças incuráveis. Pode-se citar como exemplos destas intervenções a ressuscitação, a continuidade da quimioterapia em casos que a possibilidade de cura é completamente descartada, o uso de aparelhos respiratórios, entre muitas outras tecnologias que a medicina trouxe para a manutenção da vida humana. 

O doente que se decidir pela ortotanásia continuará recebendo todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que causem sofrimento, os chamados cuidados paliativos, e lhe são concedidos todos os direitos para oferece-lo o conforto físico, psicológico, social, espiritual, inclusive permitindo a alta hospitalar, caso essa seja a vontade do paciente. Todos esses cuidados são muito importantes para que o final da vida do enfermo tenha uma melhor qualidade e causando o menor desconforto possível a ele e a sua família, a qual é também essencial junto aos profissionais da saúde para enfrentarem juntos e da melhor maneira esse momento que já é difícil por si só.

Por fim, é importante ressaltar que ver alguém a quem se ama em estado de tamanho sofrimento e com uma doença que não pode ser curada é muito difícil, podendo afetar o psicológico de quem acompanhou a vida antes do enfermo se encontrar nessa situação, portanto se faz extremamente necessário todo um respaldo psicológico não apenas ao paciente, mas também às pessoas mais próximas, para lidarem com esse momento tão delicado que implica em uma sessão de cuidados físicos e emocionais, além de apoiar a decisão individual do próprio enfermo que deve ser respeitada por quem o ama, independentemente de suas opiniões pessoais.

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